quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Urbanização e Cidadania

Não poderia faltar no Blog, a inserção dos importantíssimos conceitos de URBANIZAÇÃO e CIDADANIA!




Dentro da Reforma Urbanística executada pelo prefeito e engenheiro Francisco Pereira Passos, os conceitos acima citados aparecem levantando questionamentos e reflexões...

É claro que a Urbanização no sentido de reformar, embelezar a urbe carioca está claramente presente quando, além de procurar as melhorias sanitárias tão necessárias devido á disseminação de doenças e epidemias (já que o Rio não possuía um sistema adequado de tratamento de àgua e esgoto e muito menos uma infraestrutura para o mesmo), o projeto também possuía um forte caráter modernizador. Mesmo sendo complementar às obras do porto, o "bota-abaixo" procurava criar e expandir importantes vias que ligassem diferentes áreas da cidade, mas sempre com uma característica integradora e com o toque de influência francesa da "Belle èpoque". Embelezar a cidade portanto, caminhava junto com o objetico reformador do porjeto.

Já o conceito de Cidadania encontra seu significado atrelado às reformas de forma mais complexa e subjetiva. De acordo com o Dicionário de Conceitos Históricos, ele varia no tempo e no espaço, mas no contexto aqui analisado e na recente mudança de sistema político de monarquia para a República(nem que seja oligárquica e com limitada participação), ele se baseia na "..ação política de homens e mulheres para a transformação de uma realidade específica, pela ampliação de direitos e deveres comuns." Será mesmo?

É vital lembrar que a maioria da população brasileira e da capital não podia votar nos primeiros anos de 1900, momentos em que se transformou a urbe carioca. Negros, mulheres, analfabetos e outros que não se encaixavam nas regulamentações de cunho financeiro, não podiam votar e, portanto não conseguiam exercer sua cidadania no que diz respeito à participação política. Portanto, a reforma do prefeito Passos, não possibilitou de forma direta que esses atores sociais que, contando ainda com uma enorme massa de imigrantes, conseguissem reinvidicar seus direitos políticos, sociais e civis.

Mas também é no embate entre as minorias e os excluídos pela luta de condições igualitárias e direitos políticos que a cidadania se conquista e sua função se abrange e ganha valor. Aí a reforma urbanística atrelada com o desenvolvimento da república entra em cena num cenário onde fortes mudanças fazem aparecer quem antes vivia em suas "repúblicas dos cortiços", como citado anteriormente no livro de Aluísio de Azevedo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Rio mais "Moderno"

Muitas dessas construções irregulares ficavam no caminho do progresso e mudança pretendido pelo prefeito e fortemente incentivado pelo então presidente Rodrigues Alves, que desejava que a capital federal, cartão postal da república brasileira, tivesse uma cara mais francesa e que demonstrasse o avanço econômico pretendido com uma forte tendência agroexportadora. A maioria dessas famílias acabaram por migrar para os morros mais próximos da região, incentivando cada vez mais o surgimento das favelas.


 As próprias obras do porto eram realizadas nesse intuito: incentivar a chegada de imigrantes que iriam, em sua maioria, trabalhar nas lavouras, e demonstrar a característica exportadora que o país possuía.



Algumas imagens nos servem perfeitamente para exemplificar a dimensão de todo "quebra-quebra" que correu pelas ruas do centro e toda magnitude que o projeto abarcava em toda sua extensão.




As reformas do prefeito, eram realizadas de forma complementar àquelas do porto, com uma explícita característica de integração urbana e escoamentos des produtos e pessoas às outras áreas da cidade. O intuito declarado engenheiro-prefeito era integrar as áreas que considerava importantes da capital.
Aqui, algumas imagens do prefeito que marcou seu nome na história carioca pelo desenvolvimento, organização e mudança, modificando de vez o cenário da urbe municipal


Colocarei aqui alguns vídeos muito interessantes, que demonstram como ocorreram as reformas do prefeito e toda a problemática envolvida na sua prática. Também irei colocar um vídeo com muitas imagens da época do "Bota-abaixo", que pretendia deixar o Rio de Janeiro com uma cara mais moderna, algumas anteriores e outras posteriores:

"A república do Cortiço"

O Rio de Janeiro, em, meados de 1900, devido à falta de uma estrutura de tratamento de água e esgoto, passava constantemente por uma série de epidemias que já se tornavam notícias típicas na cidade.A falta de insalubridade e condições básicas de tratamento de saúde faziam, principalmente da área do centro, um barril de pólvora para proliferação de várias doenças.


 Outro fator que agrava mais ainda essa situação era o grande crescimento populacional que originava-se também na entrada de imigrantes que vinham pelo porto da cidade oriundos de várias partes do país e do globo. Incentivados pro uma perspectiva de oportunidades (já que não mais as relações de trabalho no país eram escravistas) esse contingente populacional acabava se alojando de forma totalmente irregular em cortiços e outras construções populares que se espalhavam pelas principais vias de acesso da município.





 Os cortiços se tornavam cada vez maiores e populares que alguns eram ocupados por milhares de famílias, muitas vezes possuindo uma organização política e social própria, o que autor José Murilo de Carvalho em sua obra "Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi" chama de "A república dos cortiços". Virando até tema de um famoso livro da época, "O cortiço" de Aluísio Azevedo com toda a sua dinâmica interna, muitas vezes alheia aos outros acontecimentos da cidade.

Apresentação

Olá!

O objetivo deste blog destina-se a mostrar de forma mais dinâmica e atrativa algumas características de como se deu o grande movimento reformista municipal comandado pelo prefeito Francisco Pereira Passos, entre os anos de 1902 e 1906 na cidade do Rio de Janeiro.

Primeiramente, acho muito interessante perguntar:

Vocês sabiam que várias das principais avenidas do centro da cidade foram construídas ou alargadas nesse período?

A Avenida Rio Branco(que na época se chamava Av Central), a Avenida Francisco Bicalho (na época, av. do Mangue), Av. do Rodrigues Alves(antes av. do Cais).








  Com um projeto reformista que tinha um foco extremamente modernista e integrador, o Prefeito alterou completamente a "cara" do centro da Capital, deixando para trás características mais arcaicas e coloniais. O que prevalecia agora, era o famoso estilo francês da Belle Époque.